Inicio mais um artigo, de uma escrita que desejo mais organizada, de ideias que, na verdade, de outra forma acabariam perdidas nesse passador de rede gigante que são os media digitais que usamos para comunicar e ligar.
Por curiosidade, consulto a lista dos rascunhos e confiro as datas. Deixo o registo no fim para este artigo que, na verdade, não me importo nada que ninguém leia como diria o amigo João Torres.
O artigo de hoje é, novamente, uma sugestão de leitura. Desta vez, sobre isso a que chamamos ADD e todas as outras siglas que nos ocupam a nós professores, a uns mais que outros, CAI, EDD, IAVE, etc, etc, … Registo-o porque é importante conhecer outras realidades, porque, por inerência dos poucos hobbies que tenho, procuro ser atenta… Registo-o sobretudo, porque a primeira frase diz tudo. Qual o impacto de tudo isto, afinal, na melhoria do sucesso dos alunos, da qualidade das suas aprendizagens, na sua preparação como cidadãos?
Para ler mais tarde. Mas para ler, refletir e contribuir, com certeza.
Despite large-scale reforms over the past decade, teacher evaluation systems have “failed to improve student outcomes,” a widely cited 2021 study by Brown University researchers concluded.
in BORYGA, A. 2023. “Who Should Evaluate Teachers?”, Edutopia, George Lucas Educational Foundation. Disponível em https://www.edutopia.org/article/who-should-evaluate-teachers Consultado a 16 de julho de 2023.
O meu último exercício de escrita tem cerca de 12 000 caracteres, acusando a saudade desse tempo só meu de organização e sistematização de ideias. Foi a resposta ao desafio do Professor Matias Alves, em cuja sala de aula nunca me sentei, cuja mão nunca apertei, mas que tem sido um Professor há vários anos já, sem dúvida alguma (saborosas malhas que nesta Rede se tecem).
Escolhi-o, naturalmente, para marcar o regresso a este espaço de escrita, iniciado como desafio de um outro excelente Professor, Fernando Albuquerque Costa; espaço onde registei um diário do trabalho que realizei sob a orientação do Professor Domingos Fernandes e onde acabei por ter, mais tarde, excelentes trocas com o Professor António Dias Figueiredo. Em suma, o que sou e realizo como Professora e Formadora em boa parte a todos eles e a vários outros, a quem hoje considero amigos (Guilhermina Miranda, Nuno Barrela, José Lagarto), o devo. Obrigada!
No último parágrafo, registei o que se segue; para lerem todo o artigo (o último do ebook) podem clicar nesta hiperligação. Outras coisas paralelas que escrevi e que não registei aqui, neste hiato de 4 anos, podem ser encontradas no meu site.
A escola presente Não sabemos se vivemos em fevereiro e março de 2021 o último período de confinamento, se teremos que regressar a uma escola qu
e não existia e que, entretanto, tentamos construir com entusiasmo mas também com dificuldades. Será, contudo ,importante lembrar que as fundações estão prontas: a consciência de que é preciso incentivar a autonomia do aluno, incentivar o aprender a aprender pois a aprendizagem ao longo da vida é chave de sucesso, valorizar cada vez mais a sua competência leitora, dotarmo-nos, todos, de competências para o trabalho com as ferramentas mais atuais e, sobretudo, de competências para o decifrar das mensagens nos meios mais atuais; lembrarmo-nos, mais do que nunca, de que os espaços para a aprendizagem colaborativa são valiosos.
Ano novo, vida nova, diz a sabedoria popular. Na minha escola, como em várias outras, ano novo, sendo ano de concursos, significa gente nova. E não estou a falar de idade. Expectativas. Interrogações. Esperanças. Desafios. Mil e uma coisas.
Curiosamente, não me lembro de assistir a um início de ano tão agradável quanto este. Talvez seja eu que esteja mais velha ( e esquecida, ehehe), ou mais madura, mais observadora, mais sensível a certos aspetos. Mas aquilo que tenho observado é uma motivação enorme, em acolher e ser acolhido. Hoje aguardei que uma das colegas novas me desse boleia e, enquanto esperava, observei-a a planificar com outras duas colegas novas, num trabalho colaborativo que parecia feito de muitos anos em comum no mesmo espaço. Aquilo que escuto várias vezes é “ah, diz-me como se faz”, “como é costume fazer-se aqui?”, “esta escola é tão organizada”, “estou aqui para aprender”. É muito saboroso viver este clima e perceber esta integração suave.
Hoje tivemos uma tarde dedicada a formação com a Coordenadora do Serviço Nacional de Apoio ao eTwinning. 31 pessoas a escutarem atentamente, a realizarem os seus perfis, a enviarem-se mutuamente mensagens e convites. Se amanhã houvesse mais, delinear-se-iam já alguns projetos; porque com a ajuda desta plataforma é tão mais fácil.
Gostei de muitos aspetos, mas há um que não posso deixar mesmo de referir: entre os 31 professores do 1.º ao 3.º ciclo do EB havia uma tão atenta, participativa, entusiasmada quanto os outros: era a Diretora do Agrupamento. Não chegou mais tarde ou saiu mais cedo imersa em burocracias, de aspeto distante, com o um ar de gestora, não foi ali para dizer discursos, fazer vénias ou campanhas, esteve a trabalhar, ao lado daqueles que com ela trabalham num projeto comum, em prol das aprendizagens, das do currículo, das da Cidadania. E, não pude deixar de pensar: “Sim, a Escola em que acredito existe! Sim, apesar dos contratempos e dificuldades, a Escola em que acreditamos, construimo-la nós!”
Bem haja!
imagem de https://dreammgmt.files.wordpress.com/2010/10/dreamschool.jpg
Um trabalho de equipa do Agrupamento de Escolas Carlos Gargaté: realizado de forma integrada e em absoluta colaboração, usando quatro ferramentas distintas: https://prezi.com/sbksvagtig3d/
Flexibilidade nos últimos anos do secundário, o aluno escolhe.
Aulas de 45 min.
Aproximadamente aulas das 8h às 16h.
Períodos letivos de 6 semanas, seguidas de uma semana de avaliações.
Interrupção letiva em outubro, natal e fevereiro.
Ano letivo de 190 dias
Chamemos-lhe o “Artigo Zero”. O primeiro pequeno texto dos que gostaria de escrever sobre a minha próxima visita à Finlândia com o objetivo de fazer um curso sobre “Novos Ambientes de Aprendizagem“. Acompanham-me duas colegas da escola: a Ilda Ribeiros, que leciona Ciências Naturais no 3.º ciclo e é Coordenadora dos Diretores de Turma do 3.º ciclo e a Lucinda Dias, professora de Português e Inglês e dinamizadora do Clube Europeu do nosso Agrupamento (de Escolas Carlos Gargaté, Charneca de Caparica). E, sim, trata-se de uma oportunidade excelente proporcionada pela Direção do nosso Agrupamento no âmbito de um projeto Erasmus + que tem o título feliz de “MAIS – Motivação, Aprendizagem, Inovação e Satisfação”.
Um pouco como aquilo que se passou na minha evolução no entendimento mais aperfeiçoado do que pode ser a utilização educativa de jogos digitais até à Gamificação (excelente formação com Jorge Simões, na TecMinho; estejam atentos à COIED 2015), sinto que falamos de muitas coisas diferentes quando falamos de novos espaços de aprendizagem, novos ambientes, espaços físicos e digitais de aprendizagem e do “aprender em todo o lado” que os equipamento móveis poderão incentivar.
Imagem de http://astwoodsmiles.co.uk/
Organizemo-nos então. Confesso que me interessa sobretudo o “poder desarrumar a sala” à vontade; lembro-me que, em 1993, quando comecei, estava na moda (estou a ser mázinha? era uma tendência?) a chamada “sala em U”. Tem imensas vantagens. Ao longo do tempo, fui perdendo de vista essa configuração e, confesso, até deixar que as tecnologias mudassem a minha maneira de aprender e ensinar (sim, prestem atenção ao valor semântico do verbo nesta minha frase) deixei-me estar, a correr de turma para turma, de sala para sala, quase sempre cheia, e as filas encarreiradas e organizadinhas. Todos virados para mim, eu a percorrer a sala, sempre irrequieta,; ou todos a ver o video ou o ppt e, de quando em vez o trabalho em grupos e, quase sempre o trabalho a pares.
Foram havendo, no entanto, muitos outros momentos: a aula na BE, a aula no pátio, a aula de rabo sentando na almofada que se trouxe de casa a partilhar leituras, a treinar a expressão oral e… Foram havendo cada vez mais momentos em que eu “me apago”, em que o quadro preto permanece preto e o quadro branco permanece branco porque quase tudo é projetado, porque há outra interatividade no QIM , porque os telemóveis passam de mão em mão, porque em muitas das aulas se ligam os computadores.
E, de repente, a sala “serve-me” cada vez menos. E de repente, é um estresse uma sala cheia de 28; 28 que querem trabalhar com prazer mas há 10 min que não se podem perder no principio e outros no fim para desarrumar e arrumar. …. porque eles dizem que o que fazem comigo não fazem em mais lado nenhum (mentira, já começam a fazer, a contagiar), porque há programas a cumprir numa corrida contra o tempo…. mas sobretudo porque eu já não ensino, eu aprendo com eles, eu faço-os descobrir o que sabem. Tudo isto foi testado. Cientificamente. Resultou uma Tese de Mestrado de um período inteiro na sala de TIC. A observação de aulas era bem mais curta mas…. foi ficando assim…. a vê-los progredir, melhorar, cada vez mais envolvidos. e, não havia como voltar atrás.
Afinal, o que quero / queremos do nosso ambiente de aprendizagem? Há dias, numa intervenção que fiz no seminário anual do meu Agrupamento, tive oportunidade de chamar a atenção para o facto de as salas de aula da nossa educação pré-escolar e 1.º ciclo serem prodígios de vida, cor, objetos e estímulos e, à medida que se caminha, na sala de aula do 3.º ciclo ou do secundário, nada desses estímulos se observam. Até o hábito de decorar com os cartazes dos alunos mal se vê. A minha escola têm dois espaços de que gosto bastante: uma Biblioteca e uma Estudoteca, complementares, cheios de vida, de estímulos de coisas para descobrir e aprender. São espaços que nunca estão desertos. E porquê? Porque são ambientes de aprendizagem, convívio. Espaços onde os muitos “ssshhhiuuuu” que se escutam por vezes mostram o receio que o “trabalho” resvale para a “brincadeira” quando o bom seria que o trabalho e a brincadeira se reunissem numa só atividade.
E todas as aulas terminariam com um “Nem dei pelo tempo passar” que já tive o grato prazer de escutar algumas vezes.
E aí estamos, a deixar a nossas próprias tecnologias ocuparem o seu espaço na sala de aula. A trazerem-nos mil e uma possibilidades, a questionarem todo o nosso saber e saber-fazer. Como devemos desenhar os nossos ambientes de aprendizagem? E,…. confesso, quando penso nisto, penso em muito mais do que em paredes, mobiliários, objetos ou adereços, penso em novas formas de atuar, organizar, propor, aprender, avaliar.
Tive ontem oportunidade de, no âmbito do seminário final de ano da minha escola, apresentar algumas reflexões sobre a importância dos espaços de aprendizagem, sobre o que pode ser a sala de aula do futuro e sobre a minha prática mais recente de integração curricular das TIC (“Traz a tua própria Tecnologia!”).
Foram apenas 45 minutos que integraram dois momentos práticos com envolvimento dos cerca de 75 docentes presentes mas fica a partilha.